domingo, 22 de abril de 2012



A chuva
Cai sobre o dia
Feito luva

E a chuva
Cuja mão é o dia
às vezes doída
às vezes arredia

A chuva enruga
A mão
Fria
Fina
À beira da tina

A chuva ressaca
A mulher
Esguia
Fria
Escusada à tina

terça-feira, 17 de abril de 2012

SoNho SONHO s o n h o SO NHO SoNhO

Estava eu numa sala – não parecia ser a da minha casa, mas, por eu estar tão a vontade, talvez fosse - sentado em um sofá. No da frente minha prima de cabeça abaixada, enquanto outras duas primas minhas em pé a frente da instante; uma querendo ir embora, e a outra me entregava dois bombons de chocolate branco. Se for pra escolher, eu prefiro realmente chocolate branco. De repente decido sair do apartamento, já não era mais casa. Eu, duas senhoras, uns amigos e outros não reconhecíveis, precisávamos levar uns cães nalgum lugar. Descíamos a rua de terra. Um casal com seus filhos andavam a nossa frente, eles também levavam uns cães. Ao fim da rua, tinha um gato em pé em cima do muro, dum terreno baldio ao lado. O gato abria a barriga e retirava, com as próprias patas, os filhotes que nasciam. Enquanto isso o casal da frente deixa os cãezinhos no terreno e entra num carro preto que vai embora. Cruzamos a esquina à direita, o cãozinho que estava no colo da senhora virou uma criança, ou algo parecido. Era noite, estava tudo escuro, a senhora decidiu ir até uma casa... Ah, tudo bem. Ela ia carregar o bilhete único. A outra mulher acompanhou-a. Paramos um pouco a frente para espera-las. Os não reconhecíveis continuaram caminhando. Eu esperei um pouco, mas logo depois fui segui-los. Entrei em ruas movimentadas, tipo calçadão de centro comercial, daqui de São Miguel mesmo. No entanto, não vendiam nada. Parecia mais uma festa. Eu não podia marcar bobeira em lugar desconhecido. Resolvi dar a volta no quarteirão e reencontrar os amigos que ficaram esperando as senhoras. Os não reconhecíveis? Eu já havia os perdido de vista. Tentei dar a volta no quarteirão, muita gente, e todas elas pulando; parecia aqueles bate cabeças, sabem? Então, depois ficou confuso e não me lembro. Só sei que saí daquele lugar. Um rapaz apertou-me a mão na saída, e fui até a esquina na qual os amigos tinham ficado. Antes não era bem uma esquina, agora era uma esquina com uma loja, mas tudo bem. Eles estavam dentro da loja, o dia já amanhecera. Pareciam vestir roupas branca e azul, igual aquele uniforme da Casas Bahia. Eu precisava falar com eles, avisá-los que eu estava por ali. Pensei em correr, passar por cima dos móveis da loja até chegar a eles... Não deu, acordei.
Melhor do que tentar colocar um elefante dentro de uma caixinha de fósforo ou fugir de uma bola de bilhar gigante me perseguindo.