A outra face
O sol sangra esse sangue salgado
que escorre do meu rosto raso
O céu é cego
O céu é surdo
Nas paredes desse abismo
arranho minhas unhas
já não tenho minhas unhas
arranho minha alma magra
magra de fome da manhã
magra de um mar sem mim
É escuro, é estranho esse abismo
É abismo, é escuro esse estranho
É estranho, é abismo esse escuro
O céu é surdo
O céu é cego
O choro não chega
chega a chuva,
chio baixinho
O choro não chega à chuva
não chega ao sol
não chega
ao céu só
deixa
a
b
i
s
m
o