domingo, 25 de maio de 2014

Espremendo limão com pedaço do dente quebrado
 
Realmente, a vida é engraçada. Pensar que uma boa parte das complicações surge do modo como nos deparamos diante da vida, é engraçado. Problemas aparecem mais do que desaparecem. E não é culpa dos problemas, mas sim da minha incapacidade de refletir sobre eles, da ânsia pelas soluções imediatas. Não se resolve aquilo que não se compreende. Sair de si, colocando-se na própria frente, encarando-se; olhar, sem espelho, quem sempre esteve a olhar o mundo sem nunca ter se notado a si mesmo...
As coisas ditas ruins - coisa do inimigo - são muito mais comuns de apresso, inconscientemente, em grande maioria, do que as coisas ditas boas (coisa do amigo?). Isso porque há um pequeno deus dentro do ser humano a fazer julgamentos. Esse pequeno deus sempre tem a solução para os outros, ainda que nunca para si mesmo. Ele é de uma prepotência, sem dúvida alguma, divina. Ele prevê o futuro, faz profecias, lança pragas e castigos... Ele insiste em dois pontos: negar a novidade dos fatos que surgem, já que foram previstos, impedindo-nos do direito de vivenciar os pormenores; e aplicar a tudo um castigo, como se o castigo, colheita do alheio, fosse punir ou corrigir.
Resumindo, afastar os deuses pequenos de perto e tornar verdade o que se pretende enquanto verdadeiro. Ou seja, ser o deus grande da própria vida. Isso é espremer limão com pedaço do dente quebrado. Certo?

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