segunda-feira, 30 de julho de 2012




O pior de tudo é esse negócio de celular conectado ao facebook. Eu tenho minhas dúvidas se isso é modernidade, modernoso. Sinceramente, eu não quero ser modernoso. Sinceramente, eu não quero essa modernidade. Eu quero entender como é que um celular funciona. Eu quero entender aqueles códigos que aparecem na tela do computador de um analista de sistema...

"Alô, meu amor?"

Um momentinho só, por favor, desculpa.
...
"Meu amor, eu não quero passar horas e horas falando com você 'en el teléfono celular' (é assim que escreve? Não me lembro agora). Eu quero olhar seus olhos embriagados de cachaça e de amor..."

Desligou na minha cara. Voltando:

Eu gosto de sair por aí, sem destino. Aventuro-me (porra, ficou estranho esse verbo) no transporte público de São Paulo. Detalhe: eu gosto de sair por aí, pois se eu dependesse dele para trabalhar, eu estava lascado... Tanta coisa eu vivo pela janela, tanta janela pede para viver. Tem janela que necessita de uma olhadela, nem que seja de relance. Também existem aquelas que pedem para não serem vistas; elas ' " 'pedem ' " ' (pô, é aspas nas aspas?), entende? É tipo reality show:

- Por favor, não me olhem lavando a "prexeca"!! - eu acho que é assim que escreve. Eu escuto minha família, que graças a Deus é de maioria formada por mulheres, pronunciando essa palavra "prexeca". Deve ser uma mistura de idiomas.

Então, pela janela do busão "cê tá ligado, tiu?", eu vejo o que me invade. Eu me esforço ao máximo para olhar dentro do armazém (eu sei que hoje não exite mais armazém. É loja, né? Enfim, mas eu gosto de palavras antigas). Esforço-me para beber do olhar da vendedora de roupas que sonha com o celular novo que tem acesso à internet. A vendedora vai ficar ligada com as notícias do mundo. Como se fosse resolver alguma coisa na minha vida - desculpem-me os chineses, eu não tenho nada contra os chineses - eu saber que uma moçoila chinesa, que levava na moto mais uns cinco moçoilos, quase foi atropelada.

"Alô, meu amor? Aloooou... Alooooou.."

Um momentinho só por favor.

"Meu amor amor, não me mande um beijo por computador (parafraseando o peixelétrico)..."

A questão é a seguinte: Deculpem-me, por favor, mas eu não consigo ficar com a cabeça abaixada digitando as teclas do celular ou vendo alugma postagem, enquanto a vida passa pela janela! ("Pô, Bruno, você tem que parar com essa mania de pedir desculpas." Ah, é que me sinto um estranho nesse mundo modernoso.). Só uso celular porque me obrigaram!!...
 
 

2 comentários:

  1. Pô, xará, falar o que desse texto? Também me sinto estranho neste mundo modernoso, também aprecio vocábulos arcaicos, também só uso celular porque fui obrigado! Ah, e detalhe, quem me deu o meu primeiro celular foi a minha avó!! Esse aparelhinho de janelinha luminosa tá acabando com a nossa vida; ele tá acabando com o saudável flerte. Saudações aí procê, velho amigo!!

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    1. Talvez seja esse estranhamento que nos possibilita ainda sermos amigos, mesmo com o tempo!!
      Se não tomarmos cuidado, esses aparelhos destruirão nossas mentes... heheehe

      Forte abraço, mermão!! Valeu mais uma vez!!

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