terça-feira, 8 de janeiro de 2013


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Aquele garoto ou aquela garota, distraídos em sala de aula, talvez não sejam habitantes desse planeta. Talvez vivam literalmente no mundo da lua. Pela janela ficam olhando o pássaro que fizera um ninho, ou a pipa rodopiando no céu, ou as pessoas que passam pela rua, ou o dono da quitanda sentado à porta que cutuca o nariz... Tudo chama mais a atenção do que a sala de aula. Pode até ser que a sala de aula chame a atenção, mas virá do teto onde uma pequena aranha faz sua teia. A atenção virá do bordado na barra da saia da Aninha, da professora que tem um perfume doce, do rabisco indecifrável na parede lateral... Arrancar aquela lasquinha da cadeira, não foi por maldade. Morder o tubinho de tinta da caneta, sujando mão e boca, não foi uma desculpa para passear pela escola. É tudo tão assim. É tudo tão repentino quanto o vento que derruba a folha do galho mais alto da árvore. [...]

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