Felicidade
II
Basta saberes que és feliz,
e então
Já o serás na verdade muito
menos:
Na árvore amarga da meditação,
A sombra é triste e os
frutos têm venenos.
Se és feliz e o não sabes,
tens na mão
O mais bem entre os mais bem
terrenos
E chegaste à suprema
aspiração,
Que deslumbra os filósofos
serenos.
Felicidade... Sombra que só
vejo,
Longe do Pensamento e do
Desejo,
Surdinando harmonias e
sorrindo.
Nessa tranquilidade
distraída,
Que as almas simples sentem
pela Vida,
Sem mesmo perceber que estão
sentindo...
Belezura! Finalmente o bate-papo aqui, neste espaço virtual, se inicia.
ResponderExcluirPô, francamente, fiquei encucado com o poema acima: a Felicidade é, realmente, um estado que transcende a racionalidade?? É tipo um Nirvana que somente almas simples têm acesso?? Você só é Feliz sendo e não sabendo?? É isso mesmo?!?
gostei!
ResponderExcluirEntão diga, meu queriiiiido, TiaGOM!!!... hehehe
ExcluirPô, Xara!!! Eu acho que ela, a felicidade, não transcende, cara. Eu vejo diferente. Na minha minha opinião, a felicidade, de acordo com o q eu senti do poema, é IMPENSÁVEL... Não se deve pensar a felicidade. Ela não chega ao Nirvana; ela não está aos nossos pés. A felicidade é aquilo que não se busca... Ela é o que se vive... inocentemente... Sem perceber que ela está ao redor... EU ACHO!!! rsrsrsrs
ResponderExcluirMuito bom! É como aquela frase: a vida é o caminhar e não o destino. Felicidade, penso eu, é estar bem sem motivo. Um simples e profundo estar bem.
ResponderExcluirCerto. Pensei também nessa tal inocência. Imaginei as crianças brincando nessa outra sombra, longe do Pensamento e do Desejo, que o eu-lírico aí invoca. Afinal, ser criança e ser feliz e não saber que é feliz, não é verdade? A felicidade já faz tanto parte desses pimpolhos que se a arrancarmos, a criança não será mais criança, já será outra coisa...
ResponderExcluirA Bárbara definiu muito bem: "Um simples e profundo estar bem."
ResponderExcluirSaber que está feliz é venenoso... Assim como aqueles que meditam em busca de alguma resposta, é possível que eles tenham frutos venenosos como resposta. A primeira estrofe diz tudo. O terceiro e o quarto verso explicam como é quando já nos julgamos felizes. Não sei vc, Xará!! Mas esse poema me deixou muito encucado... Eu viajei um tempão apenas na primeira estrofe... Loko demais!!
Eh, um simples estar bem, e não perceber isso. Concordo. Por isso, ainda acho o estado de Nirvana válido, porque quem o atinge não percebe que o atingiu.
ExcluirAh, sim. O Nirvana é válido... É uma entre tantas outras interpretações...
Excluir"Deitar-se à sombra triste dessa árvore" e ousar comer os venenosos frutos da meditação, é despedir-se da felicidade pura! "Pensar é estar cego dos olhos", Fiquemos longe do "pensamento e do "desejo". Pensar em desejar é amaldiçoar a si mesmo! Gostei dos comentários! Sinto-me feliz por eles, ( pena eu ter consciência dessa felicidade!" rsrsrs) Tinha preparado aqui um longo comentário, mas ao clicar em publicar, por não estar logado, tudo se perdeu. Enfim, deixo aqui a frase que foi seu desfecho: Será que Raul de L. pensou nele ou nisso ao escrevê-lo?
ResponderExcluirIntuição
ResponderExcluirBusco a Felicidade intuitiva
Aquela sem motivo aparente,
A que não sinto, pois ela me sente!...
Deixando-a suspirar, sentir-se viva.
Não ir ao encontro dela lhe cativa,
É como uma borboleta displicente,
Pousando em nosso ombro, docemente!
Mas ao notá-la, logo se esquiva.
Errôneo é intensamente desejá-la;
Glorioso é tê-la e nunca esperá-la,
Quiçá esse seu nome, nem bem seja.
Destruí-la é meditar sobre sua causa,
Mas antes de espantá-la, faze uma pausa
Verás que ser si mesma é o que deseja!...
( Queiroz Filho)