segunda-feira, 14 de maio de 2012




“Quando ela dorme em minha casa”
[...] O que penso sobre as coisas é tão fútil. O rídiculo do meu riso fraco que insiste tomar a frente faz-me mais bobo do que já sou. Ver-te linda na cama é tudo que me vale na vida. Abro mão daquilo que não dá mão, só para passar horas vendo teus cabelos escorrerem silenciosos pelo teu corpo calmo. A janela ainda fechada, o nosso é mundo aqui, será sempre aqui. Ver-te linda, desenhada na cama. Ah, queria eu tê-la desenhado; eu a desenharia assim: como a vejo. Os mesmos traços, relevos discretos, linhas e linhas emaranhadas sobre tua pele que eu nunca quero desmaranhar. Ainda bem que não fui o autor de ti, fui mais feliz. Posso morrer a contemplá-la, calado. O ruído das palavras feri o teu silêncio que se espalha intocável [...] De dia, lutarei; de noite, embriagar-me-ei; nas manhãs, amarrarei meu corpo ao teu, sempre.



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